EEB Arnoldo Agenor
Zimmermann
Professores: Andrea
Cristina Vieira, Antonio Carlos Rocha, Rosana Dalmarco e Rosilene Gonçalves
Construção do Retrato da Escola na Cultura Digital
INTRODUÇÃO
Pretendemos descrever o Retrato da Escola na Cultura Digital
a partir da Organização e das Análise das Informações levantadas na nossa
escola, a respeito das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação.
RELATO
MINUCIOSO DO PROCESSO REALIZADO
Afim
de identificar os recursos digitais a que os alunos e professores têm acesso na
escola e em casa, realizamos uma investigação. A seguir apresentamos os
resultados.
1 – Análise de uma questão que compõe o
questionário socioeconômico, realizado pela escola em janeiro de 2014, afim de
identificar o acesso que o aluno tem em casa às mídias
Pergunta
24 do questionário socioeconômico realizado em janeiro de 2014, por família:
24) Possui computador ( )sim (
)não. Com acesso à internet? (
)sim ( )não.
Resultados:
|
Possui
computador?
|
Possui
acesso à internet?
|
Sim
|
355
|
61,42%
|
305
|
52,77%
|
Não
|
133
|
23,01%
|
139
|
24,05%
|
Não
responderam
|
90
|
15,57%
|
134
|
23,18%
|
Total
|
578
|
100%
|
578
|
100%
|
Observamos, então, que não são todos os alunos que
possuem computador e acesso à internet, perto da metade, o que dificulta um
pouco as propostas pedagógicas que utilizem esses recursos midiáticos. A forma
de trabalhar seria alinhar os recursos tecnológicos da escola, para aqueles
alunos que não possuem, com os recursos disponíveis no cotidiano do aluno, em
sua casa.
2 – Observação das práticas pedagógicas dos
professores da escola
A maior parte dos professores da escola utilizam algum tipo de mídia.
Identificamos algumas:
-
Uso de televisores e do projetor multimídia para apresentação de filmes, ou de material
didático (documentário), etc.;
-
Uso da sala informatizada para pesquisa, digitação, elaboração de trabalhos
acadêmicos, elaboração de apresentações para apresentar para os colegas, uso de
softwares ou jogos didáticos;
-
Uso do projetor multimídia pelo professor para apresentações de conteúdos, ou
para que os alunos apresentem trabalhos;
-
Uso do celular para pesquisa ou para uso de aplicativos didáticos.
3 – Observação do material digital que a
escola possui
O material digital
que a escola possui não é suficiente para atender a demanda, o que de certa
forma faz com que alguns professores evitem de utilizar como recurso didático,
optando por outra formas de ensino.
4 – Proposta de redação com o título “As
novas tecnologias na vida de crianças e adolescentes” com alguns alunos do Ensino Fundamental, afim de identificar qual a
opinião deles quanto ao uso das TDIC.
Para
os alunos, são tecnologias: eletrodomésticos, cafeteira que substituiu os
coadores de pano, fogão que antigamente usava fósforos e hoje o acendimento é
automático, o micro-ondas que auxilia no dia a dia. Citaram também as
tecnologias das empresas, das máquinas que ajudam os trabalhadores e dos
processos produtivos. Outra tecnologia citada foi dos veículos, proporcionando
mais economia e maior segurança do que antigamente.
De
acordo com a fala dos alunos: Tem muitas pessoas que trabalham pela internet,
sem sair de casa. A tecnologia ajuda pessoas, por exemplo cirurgias à
distância, implante de membros robóticos, enfim...Também facilita a vida pois
podem ser compradas coisas pela internet, não precisa mais ir no banco, dá pra
consultar e pagar as contas via internet ou pelo aplicativo do celular, não foi
criada só pra nós, mas para os adultos também... A diferença é que nós não
sabemos usar com consciência. Na escola também usamos a internet e jogamos
jogos didáticos na sala informatizada.
Para
os alunos, o computador faz parte do lazer, para navegar na internet, assim
como consoles de jogos, Tablets, DVD’s, rádios, câmeras, e TVs cada vez
maiores, e a maior comunicação entre eles. Logo, o celular entra como uma das
versões portáteis que concentra praticamente todos (computador, jogos, câmera,
...). Na visão deles, se você não tem ou não participa da tecnologia, é
excluído da sociedade.
Outra
fala que achamos importante: Para os adultos somos todos viciados, mas pra nós
é natural. Se estamos ali mexendo, esquecemos dos nossos problemas. A internet
é a única coisa boa da minha vida, sem ela eu estaria em depressão.
As
vezes passam a noite jogando, conversando na internet, mas não conseguem
estudar por uma hora diária, não veem sentido nisso. Também deixam de sair,
praticar atividades físicas, ter contato com outras crianças e adolescentes,
pois preferem usar o tempo para jogar ou utilizar a internet, e conversam com
colegas e amigos que moram perto através da internet, pois acham melhor do que
ao vivo. Se ficam sem o celular é como se faltasse uma parte deles.
Reconhecem
que as tecnologias digitais, são legais por um lado, são ferramentas para
estudos, fazer amigos, se comunicar com as pessoas em tempo real, um aluno
comentou que tem um irmão em Foz do Iguaçu e só o vê uma vez por ano, e que a
ferramenta Skype possibilita o contato entre eles. Ou seja, diminui as
distancias físicas. Mas por outro são ruins, pois os alunos não querem estudar,
só mexer no celular, computador e internet. Também tem a parte da privacidade,
pois crianças postam vídeos que não deveriam, se colocando em risco, ou
assistem coisas que não deveriam e não precisariam, e as vezes conversam com
adultos que se passam por crianças. Causa stress em casa e na escola, com os
pais e os professores reclamando.
Por
um lado é bom poder se comunicar via redes sociais, mas por outro é ruim pois
alguns conteúdos não são adequados para a idade, e reconhecem que deveriam usar
mais para pesquisar, aprender, mas que não tem motivação para o estudo, não tem
vontade. A distração das tecnologias é imensa, e esquecem todo o resto. Dizem
ainda: Devemos pensar bem nas coisas que a tecnologia nos oferece e utilizá-la
de forma adequada, e nunca deixar de estudar e ler livros. O difícil é
conseguir!
5 – Apresentação de um vídeo sobre um trabalho realizado por uma
escola carioca, com o uso das TDIC, seguido de uma roda de conversa com alunos
do Ensino Médio, afim de identificar qual a opinião deles quanto ao uso das
TDIC.
A partir da apresentação do documentário aos
estudantes, propomos uma roda de conversa para que eles pudessem expressar suas
ansiedades, suas ideias e frustrações quanto ao desenvolvimento das aulas.
Iniciamos o debate com alguns questionamentos como: O que vocês acham que pode
ser aplicado, a exemplo do que foi feito na escola apresentada no documentário,
que aproxime sua realidade à da escola? Quais são seus interesses de
aprendizagem e quais as formas ou métodos que facilitariam a aquisição de
conhecimento? Qual a aplicação, em prol do aprendizado, das mídias que você
utiliza no seu cotidiano no contexto escolar?
Primeiramente os alunos levantaram a questão de que
o Funk apresentado no documentário é diferente dos que eles conheciam, que são
mais pejorativos. A seguir o professor comentou que o pejorativo também é
relativo, depende de quem avalia. A professora comentou que no documentário é
importante observar que alunos que tinham desistido voltaram devido ao
desenvolvimento do projeto.
Uma das ações que os alunos acham válida para
facilitar a aprendizagem seria o de liberar o acesso à Internet durante as
aulas, para propósitos educacionais. Também acham importante o uso de paródias,
softwares, aplicativos no celular e jogos educativos, pois como são instrumentos
que gostam de usar, acham que para aprender seria bem melhor e estimulante.
Citaram também o Rap, como sendo um bom estímulo para criar e aprender. Todos
concordam que a música seria o melhor estímulo, pois todos gostam, e se lembram
até hoje de paródias que fizeram há anos, e não esqueceram mais. A maioria cita
que o aprendizado em Inglês se deve, na maior parte, às músicas que gostam e
escutam, através do celular, nesse idioma.
Os alunos citaram um trabalho que adoraram realizado
recentemente pela professora de Artes, na qual tiveram Liberdade de Criação e
puderam trabalhar fora da sala de aula, e não teve aluno que não participou,
todos deram o seu melhor. Lembraram também de uma atividade realizada em que
deveriam criar um vídeo, na 6ª série, que foi muito válida, sendo que os alunos
guardam até hoje, pois pra eles foi marcante.
Em nossas discussões,
concordamos que é possível e necessário adequarmos algumas metodologias às
realidades dos alunos e aos seus interesses, porem precisaríamos também de uma
formação continuada para que o fizéssemos da maneira correta.